SM Sem Mistério - Seja Bem Vindo

Confrontando a minha explanação sobre a Dor, ani expôs a sua visão para quem quiser ler. Ganhamos então esse presente, a dor no contexto BDSM, olhada por dentro, exposta pela ótica feminina.

Você abordou a idéia do sofrimento intenso por questões de culpa em que acabamos criando um dor maior para desviar a atenção, e assim sentir o presente e não ficar apenas divagando sobre conceitos morais que todos temos enraizados mesmo que inconscientemente.

Concordo que para alguns possa funcionar dessa forma, no que é muitas vezes visto como auto destruição, mas, principalmente do ponto de vista feminino, dor e prazer sempre estiveram presentes, até de forma bíblica, a final fazíamos sexo para procriar e não para sentir prazer. E qual a dor mais intensa? O parto para depois sentir o prazer da realização de ser mãe.

Nossa espécie há tempos deixou de realizar o ato sexual apenas para procriar, e agora o fazemos pelo prazer da sensação do ato em si, tanto que violamos nossa própria biologia com remédios, proteções, e agora, cadê a dor?

A região de dor e prazer no cérebro humano estão muito próximas, e reza a lenda que um tombo, um trauma ou até mesmo um convulsão pode causar confusão na percepção cerebral de interpretar corretamente a dor em prazer, junte tudo isso e terá um masoquista.

Não necessariamente uma pessoa que se auto destrói, ou que precise ludibriar o cérebro com uma sensação mais forte, mas uma pessoa que as sensações se mesclem a tal ponto que se tornam uma única sensação.

Veja, uma das formas mais primitiva que temos de ter prazer é o sexo, por isso mesmo que inconscientemente associamos o prazer ao sexo. Extrapolando para situação masoquista, quantas pessoas que conhecemos que fazem sexo em situações de extrema dor, como na morte de um ente querido? Muitos apenas primam pelo caminho mais fácil, ou seja, unir as duas situações dor e prazer, ai sexo e BDSM.

A sensação de prazer e relaxamento associada ao sexo é tão precoce que até crianças experimentam essa sensação sem mesmo terem consciência do ato em si, ao se tocarem.

O sexo faz parte da nossa natureza de tal forma que esta impresso em nosso DNA, estamos apenas modificando a forma de sentir e realizar no decorrer de nossa evolução.

Um indivíduo consciente da sua relação de dor e prazer busca potencializar as sensações unindo-as. E que melhor gatilho que sexo e práticas de sadismo?

Ao deixar de fazer sexo apenas para a procriação, passamos a fazer por laços afetivos e atualmente, até isso temos abandonado, fazemos apenas pela sensação de prazer e talvez por isso tanto as relações humanas, quanto a união sexual estejam tão curtas nos dias de hoje.

E talvez por isso uma masoquista consciente, que busca unir as duas situações, prazer e dor para um orgasmo, digamos surreal, não precisa necessariamente criar essa condição de amor, paixão e, ou usar a situação de substituição de uma dor maior para suprimir uma menor para o cérebro (a tática de ludibriar), apenas busca a junção perfeita de ambas.

Nancy foi abusada pelo tio quando criança e hoje é casada com um executivo insensível, Albert. Sofrendo de tendências suicidas, ela é adepta de auto-mutilação e de práticas sadomasoquistas. Mas nem mesmo isso Albert percebe. Desgostosa com os rumos que sua vida tomou, a dona de casa Nancy encontra algum conforto em imersões na internet, onde conhece Louis Farley. Os dois se confortavam através de emails, fotografias e promessas sexuais. Mas Nancy na verdade tem outros objetivos mais definitivos, não vê alternativa para sua vida a não ser se suicidar. Sem coragem para isso, porém, acaba propondo a Louis Farley que “faça o serviço” para ela. Mas o destino ela acaba mudando se encontra com o tal matador e os dois se apaixonam perdidamente. Com isso, Nancy se vê em uma situação terrível, já que a mistura -amor e morte- não combina e seus planos mudam radicalmente.

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DUBLADO